Recentemente os pequenos sofreram com um surto dessa doença, que é causada por um vírus chamado Coxsackie (sim, é uma das famosas viroses que os pais tanto ouvem falar :/). Como boa parte das doenças causadas por vírus, costuma ser autolimitada, ou seja, complicações são raras. Os sintomas duram cerca de uma semana e o vírus é transmitido via respiratória ou pelas fezes da pessoa infectada, de dias antes do início dos sintomas até semanas após a infecção inicial.
Pode acometer adultos, mas é mais frequente em crianças, principalmente menores de 5 anos.
Sintomas
Febre e dor de garganta associados a lesões vesiculares (pequenas bolhas) na boca, mãos e pés – daí o nome da doença ;). Em menor frequência aparecem também nos cotovelos, tornozelos, glúteos e região genital. As lesões orais são como aftas e ficam bem dolorosas, podendo ocasionar a recusa alimentar e até de líquidos.
De três a oito semanas após a infecção aguda, pode ocorrer em alguns casos descamação das mãos e pés e descolamento da unha.
Tratamento
Como a doença é autolimitada, tratamos apenas com sintomáticos (analgésicos e antitérmicos) para ajudar a criança a passar pelos dias mais difíceis dos sintomas.
Atenção: antibióticos não estão indicados rotineiramente no tratamento (antibióticos são para tratar bactérias, não vírus!!!).
Em alguns casos pode ser necessária internação devido à desidratação por conta de a criança não conseguir ingerir líquidos adequadamente.
Prevenção
Não há ainda vacinação disponível contra o vírus Coxsackie, então a prevenção da transmissão é direcionada a evitar que a pessoa doente dissemine o vírus para os outros. Medidas de higiene, principalmente nas trocas de fralda dos pequenos, e manter as crianças acometidas em casa durante o período orientado pelo pediatra é fundamental para evitar os surtos, como o que ocorreu.
Falei para a Veja Saúde sobre esse assunto, dá uma olhadinha lá: https://saude.abril.com.br/familia/doenca-mao-pe-boca/
E não esqueça que nenhuma postagem substitui a consulta médica 😉
Fonte: Síndrome mão-pé-boca, Documento Científico – Sociedade Brasileira de Pediatria set/2019